Os símbolos do Círio de Nazaré e seus significados
- Amazon FisioCare | ORMNews
- 11 de out. de 2019
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A devoção mariana vai além do caminho quilométrico tecido pelos fiéis em louvor à Nossa Senhora de Nazaré. Como um manto bordado, cada elemento vai dando formato à festa do Círio. Conheça os símbolos:
CORDA

Um dos maiores símbolos de esforço, sacrifício e devoção à Virgem de Nazaré é a corda. Fabricada fora do Pará, tem 800 metros e é dividida em duas partes iguais para uso na Trasladação e outra no Círio.
Em 1855, a berlinda que era puxada por animais ficou enterrada na lama durante a romaria. Uma corda foi usada para tirar a berlinda do atoleiro, com fiéis puxando e participando daquele momento para dar prosseguimento à procissão.
Em 1926, o Arcebispo Dom Irineu suprimiu o símbolo da procissão, já que homens e mulheres 'brigavam' por um lugar na corda para pagar suas promessas. Cinco anos depois, com intervenção de Magalhães Barata, então governador do Estado do Pará, a corda voltou a fazer parte do Círio de Nossa Senhora de Nazaré.
Em 2004, passou a ter em formato linear para dar celeridade à procissão. É feita de titan torcido de sisal oleado e, geralmente, chega a Belém faltando entre 15 e 20 dias para o Círio.
CARTAZ

Quem anda por Belém nos meses que antecedem outubro já deve ter visto nas portas das casas dos paraenses católicos um cartaz com a imagem de Nossa Senhora de Nazaré. Em 2014, a tiragem foi recorde: cerca de 900 mil reproduções com a Imagem original encontrada pelo caboclo Plácido.
O primeiro Cartaz do Círio de que se tem notícia foi produzido em 1882. É um símbolo que se caracteriza como um convite à festa cristã. O cartaz do Círio 2019 vem com o tema ‘Maria, mãe da Igreja’ e possui fotografia de Tarso Sarraf.
MANTO

Um símbolo que gera bastante expectativa e emoção nos fiéis é o manto que cobre a Imagem Peregrina, levada nas romarias nazarenas. Entre os mistérios que envolvem a origem da devoção, um deles descreve que quando o caboclo Plácido encontrou a pequena estatueta, a imagem de Nossa Senhora estava com um manto sobre os ombros. Em 1953, a Imagem Peregrina recebeu um manto bordado a ouro e pedras preciosas, em Congresso Eucarístico Nacional, em Belém/Pará.
Nos anos posteriores, a confecção era uma tarefa voluntária das religiosas ‘Filhas de Sant'Ana’. Desde os anos 90 são estilistas paraenses quem têm a responsabilidade de confeccionar a peça que vai cobrir a imagem durante as romarias oficiais do Círio.
Medindo 52 centímetros de altura e 51,5 de circunferência, o símbolo traz no bordado o amor e a fé de quem o confeccionou. Quando escolhidos, pelo casal coordenador da festividade e, também, pelo arcebispo paraense, os estilistas são unânimes em descrever a responsabilidade.
IMAGEM ORIGINAL

A Imagem Original, encontrada pelo caboclo Plácido às margens do igarapé Murucutu, no ano de 1700, é de madeira e possui 28 centímetros de altura. Há séculos fica guardada em um nicho, conhecido como ‘Glória’, sobre o altar-mor da Basílica Santuário de Nazaré, em uma redoma de cristal anti-projétil.
Apenas duas vezes ao ano, a imagem original desce do Glória. Primeira é em maio, em comemoração ao mês em que a Basílica recebeu o título de Santuário. Depois, somente em outubro, véspera do domingo do Círio. Durante toda a quadra nazarena, a imagem fica próxima aos fiéis, em uma berlinda dentro do Santuário de Nossa Senhora de Nazaré.
IMAGEM PEREGRINA

A Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Nazaré é levada a perfazer todas as romarias oficiais que compõem a quadra nazarena. Em 1969 a Imagem original de Nossa Senhora de Nazaré deixou de fazer parte das procissões por motivos de segurança e de preservação da peça.
Esculpida pelo italiano Giacomo Mussner, a Imagem Peregrina se destaca por alguns traços da mulher tipicamente nortista. As mesmas características destacam-se no menino Jesus talhado com uma aparência indígena e cabocla. Em 2002, sofreu o primeiro restauro do Iphan – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
Ela foi incorporada ao Círio no ano de 1855, em substituição à carruagem, onde a imagem de Nossa Senhora de Nazaré era levada na procissão. A decoração da berlinda muda de ano em ano, sendo, geralmente, feita por flores, estando sempre em harmonia com o manto e o tema do Círio.
BERLINDA

A berlinda passou a fazer parte da história do círio em 1855, em substituição à carruagem puxada por bois. Desde então, já foram utilizadas cinco. A atual foi confeccionada em 1964. Ela tem estilo barroco e é esculpida em cedro vermelho. No seu interior é revestida em cetim drapeado e pingentes de cristal. A ornamentação é feita com flores naturais, à véspera das romarias do segundo final de semana de outubro, mês do Círio.
CARROS

Além da berlinda, outros treze carros acompanham a procissão do Círio. Eles são um símbolo importante da devoção mariana, onde os romeiros depositam objetos de promessa que carregam durante a procissão.
Um desses carros – o dos Milagres – refere-se ao milagre que teria ocorrido no ano de 1182, quando o fidalgo português Dom Fuas Roupinho, prestes a despencar num abismo com seu cavalo, recorreu à Nossa Senhora de Nazaré.
Há também o Carro do Caboclo Plácido, o Barco dos Escoteiros, a Barca Nova, Carro do Anjo Custódio, Barca com Velas, Carro do Anjo Protetor da Cidade, a Barca Portuguesa, o Carro dos Anjos I, Barca com Remos, Carro dos Anjos, o Carro da Santíssima Trindade e o Cesto das Promessas.
MIRITI

Os brinquedos feitos do Miriti, palmeira típica da região, enchem de cor e beleza as ruas de Belém no mês de outubro. Tradicionais nos dias de romarias, eles são frutos da dedicação, fé e do trabalho de artesãos paraenses. De tão marcante dentro do contexto da cultura popular, ganharam até uma feira que reúne as peças.
A maior parte da produção vem da cidade de Abaetetuba, nordeste paraense. Durante a festividade nazarena, os artesãos se reúnem na Feira do Miriti, que acontece na Praça Waldemar Henrique, centro de Belém.
Fonte: Portal ORMNews
Fotos: Divulgação




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