Pacientes de Covid-19 com Apneia do Sono: usar ou não usar o CPAP?
- Amazon FisioCare

- 5 de fev. de 2021
- 3 min de leitura

Em tempos de pandemia de coronavírus, é comum aparecerem muitas dúvidas entre portadores de apneia do sono diagnosticados com Covid-19 sobre o uso do CPAP. Nesta condição clínica, a preocupação com os riscos de transmissão aos familiares ou aos cônjuges tende a aumentar, causando ansiedade.
É verdade que ao permitir o fluxo de ar contínuo que sai pela máscara ou pela válvula exalatória (foto) junto ao tubo, o CPAP pode espalhar o vírus no ambiente e, eventualmente, infectar outras pessoas que ali convivem. Um dos estudos que reforçam esse risco é o Airborne Precautions, do Centro Nacional de Informação em Biotecnologia dos Estados Unidos, publicado em janeiro de 2020 na U.S. National Library of Medicine e revisado em junho do mesmo ano.

Um dos questionamentos mais observados nesses pacientes é sobre o risco de transmissão do vírus para seus(suas) companheiros(as) de leito. “Muitas pessoas com esse perfil ligam para o consultório, preocupados, pedindo orientação a esse respeito”, conta a fisioterapeuta com formação em Medicina do Sono, Renata Megre Rachid, também diretora técnica da Amazon FisioCare. “Como a doença é transmitida através de gotículas infecciosas lançadas no ar, em aerossol, pela tosse, espirro, fala e até pela própria respiração, essas partículas podem viajar pelas correntes de ar e serem inaladas por outras pessoas, quando então ocorre a transmissão”, explica a fisioterapeuta. "Porém, nos casos leves de Covid-19, não é recomendada a interrupção do uso do CPAP. Afinal, uma boa noite de sono também é fundamental para o desenvolvimento de uma boa imunidade", justifica Renata. "O melhor caminho é manter o tratamento, a higienização do ambiente e dos equipamentos e sempre buscar orientação com o profissional da saúde que o acompanha", finaliza.
Ainda segundo o estudo da NLM, também é importante compreender que a exposição de um paciente a uma doença transmitida pelo ar não significa automaticamente a sua transmissão. A infecção também depende da imunidade do hospedeiro, da quantidade de exposição e da duração da exposição do paciente infectado.
A Associação Brasileira do Sono também recomenda que, no caso de ser diagnosticado com Covid-19, o usuário de CPAP não interrompa o tratamento. Porém, é preciso desinfetar diariamente o ambiente, o aparelho, a máscara e os acessórios, trocar sempre os filtros e consultar um profissional da saúde para receber orientações personalizadas. A ABS também sugere, nestes casos, a suspensão do componente de umidificação, caso o CPAP tenha esse dispositivo.
A seguir, algumas medidas básicas que devem ser tomadas, a fim de evitar o risco de disseminação do coronavírus pelo CPAP, no ambiente ou junto às pessoas que vivem nele:

> Isolar-se de sua família ou cônjuge em um quarto separado e ventilado, se possível com banheiro;
> Cobrir tosses e espirros com lenço descartável;
> Lavar as mãos frequentemente com água e sabão;
> Limpar diariamente superfícies tocadas no quarto com hipoclorito de sódio a 0,5%;
> Manter o ambiente limpo e arejado;
> Higienizar diariamente a cabeceira da cama e os móveis de apoio para o CPAP (criado mudo, mesa lateral etc.) com álcool a 70%;
> Retirar o excesso de objetos do quarto para facilitar a limpeza;
> Higienizar a superfície do CPAP com pano limpo e descartável, umedecido com álcool a 70% ou, ainda, utilizar o higienizador por ozônio, para uma sanitização ainda mais elevada da máquina;
> Se o equipamento permitir, lave o filtro com água e sabão, após cada utilização, e seque-o antes de usá-lo novamente;
> Lavar a máscara, o circuito e os acessórios diariamente após o seu uso, com água e sabão, e, após a secagem, completar a limpeza com pano limpo e descartável, umedecido com álcool a 70%;
> Limpe o sensor do oxímetro de pulso com água e sabão e nunca com substâncias abrasivas.
De acordo com o Boletim de Recomendações da ABS e da ABMS (Associação Brasileira de Medicina do Sono) referente à Covid-19, nos casos de pacientes muito sintomáticos e com suspeita de AOS grave, o médico poderá sugerir tratamento com PAP, sem a realização do exame de polissonografia.
E lembre-se de sempre buscar orientação junto ao profissional da saúde responsável pelo seu tratamento. Ele determinará o melhor caminho a seguir, caso os sintomas da Covid se intensifiquem.

Conteúdo: Amazon FisioCare
Fontes: Associação Brasileira do Sono




Comentários