Boas noites de sono são fundamentais para o sucesso do atleta
- Amazon FisioCare Media Content
- 9 de out. de 2015
- 3 min de leitura

Quando se fala em atleta ou atletismo é bastante comum a abordagem dos temas ligados à fisioterapia, ao desempenho físico, à recuperação ou prevenção de lesões etc. Mas existem duas outras questões diretamente relacionadas a esses fatores e que têm alto poder de influência na sua eficácia: o estilo de vida adotado por quem pratica atividade física e o sono de quem as pratica.
Segundo John Underwood, especialista no estudo de desempenho dos atletas e consultor dos Navy Seals, principal força de operações especiais da Marinha dos Estados Unidos, o atleta, profissional ou amador, pode até treinar corretamente, mas se não tiver um estilo de vida com noites de sono tranquilas terá seu desempenho esportivo comprometido.
Uma noite de sono ruim prejudica o funcionamento do cérebro, fazendo com que ele leve o dobro do tempo para realizar plena recuperação. As consequências de uma noite de sono insuficiente podem ser: mau humor, fadiga, lapsos de memória, irritabilidade, prejuízos na concentração e redução do desempenho físico e mental, entre outras.
“Se você está bem fisicamente, mas não conseguiu se recuperar bem após alguma atividade, posso dizer que 90% foi causado pelo cérebro, devido ao estresse, sono, drogas sociais etc. Ganhar uma medalha olímpica ou um mundial não tem relação apenas com o quanto você é capaz de treinar, mas, sim, sobre as coisas que você é capaz de abrir mão para vencer. Quanto menos você dormir, pior será o seu desempenho”, afirma Underwood.
Para pessoas em treinamento, o ideal é, no mínimo, 8 horas de sono. Estudos mostram que quando um atleta não dorme adequadamente, a produção do hormônio hGH diminui, afetando de forma negativa o crescimento e a recuperação muscular, a construção óssea, a queima de gordura e a resposta fisiológica. Além disso, um período prolongado com acúmulo de mais de 36 horas sem dormir pode reduzir a performance cardiovascular em até 11%.
Durante o sono, nosso cérebro arquiva as informações que recebeu durante o dia. Dormir pouco atrapalha a performance mental. Você pode até sentir disposição, mas poderá não se lembrar do ritmo que deve correr a cada quilômetro, por exemplo. A coordenação motora também fica prejudicada, aumentando o risco de acidentes em terrenos irregulares. Além disso, a fadiga pode afetar o humor e atrapalhar a performance, dando a sensação de que o treino ficou ‘puxado’ demais.
Muitos atletas também sofrem de apneia do sono – um distúrbio que impede a passagem do ar pelas vias aéreas, responsável por grande parte das noites ‘mal dormidas’. Feito o diagnóstico correto, por um médico especialista, a indicação é a utilização do CPAP (sigla que em português significa Pressão Positiva Contínua nas Vias Aéreas), um aparelho que injeta ar nas vias aéreas do paciente, na medida e pressão certas que ele precisa para que o ronco e a apneia não ocorram, proporcionando a ele uma noite tranquila de sono.
Apesar de ser muito comum, ainda há alguns mitos na utilização do CPAP, por falta de informação da própria pessoa que pratica atividade física. A fisioterapeuta e especialista em terapia respiratória, Dra. Renata Megre Rachid, explica que o CPAP traz de volta ao atleta a disposição perdida com a supressão do sono. “Uma vez restabelecido o sono, a disposição para a prática de atividade física é retomada”, destaca a especialista. “A privação do sono, na maioria dos casos, tem a falta de disposição para atividade física como sintoma predominante, além da sonolência diurna”, acrescenta a fisioterapeuta.
Portanto, mesmo o atleta é passível de sofrer de apneia, devendo ele observar como andam suas noites de sono. Ao menor sinal de interrupções, desconforto, ronco ou cansaço ao acordar, é recomendável procurar um médico e considerar a possibilidade de usar o CPAP, dependendo, obviamente do seu diagnóstico.




Comentários