Oxigenoterapia hiperbárica e seus benefícios à saúde
- Amazon FisioCare Media Content
- 30 de out. de 2017
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Ao nos depararmos pela primeira vez com uma câmara hiperbárica, a sensação pode ser de estranhamento ou até mesmo medo. Afinal, para o leigo, é difícil ver vantagem para alguém que fica ‘trancado’ dentro de um cilindro enorme de aço ou de acrílico, por até 120 minutos, apenas respirando o ar que está lá dentro? Então é hora de desmistificar o uso desse equipamento que costuma trazer resultados bastante positivos para pacientes que sofrem com uma série de doenças.
Para começar, apenas 20% do ar que respiramos é oxigênio. Os outros 80% não são necessários para o funcionamento do corpo, sendo descartados. E esses 20% de oxigênio não é puro. Segundo o médico hiperbarista Roberto Carlos de Oliveira e Silva, do Centro Mineiro de Medicina Hiperbárica, o tratamento com oxigenoterapia hiperbárica tem como princípio a oferta de grande quantidade de oxigênio aos tecidos, já que os tecidos pobres em oxigênio (isquêmicos) são propensos a infecções e destruição tecidual (necrose).
Na oxigenoterapia hiperbárica, o paciente é colocado dentro de uma câmara resistente a pressão, onde ele respira oxigênio 100% puro, a uma pressão até duas vezes maior que a atmosférica no nível do mar. Isso aumenta em até 20 vezes a quantidade de oxigênio transportada pelo sangue, resultando em diversos benefícios à saúde:
> Combate infecções bacterianas e por fungos; > Compensa a deficiência de oxigênio decorrente de entupimentos de vasos sanguíneos ou sua destruição (em casos de esmagamentos e amputações de braços e pernas, normalizando a cicatrização de feridas crônicas e agudas); > Neutraliza substâncias tóxicas e toxinas; > Potencializa a ação de alguns antibióticos, tornando-os mais eficientes no combate às infecções; > Ativa células relacionadas com a cicatrização de feridas complexas.
As indicações para tratamento com câmera hiperbárica englobam:
> Embolias gasosas; > Doença descompressiva; > Embolia traumática pelo ar; > Envenenamento por monóxido de carbono ou inalação de fumaça; > Envenenamento por cianeto ou derivados cianídricos; > Gangrena gasosa; > Síndrome de Fournier; > Outras infecções necrosantes de tecidos moles: celulites, fasciites, e miosites; > Isquemias agudas traumáticas: lesão por esmagamento, síndrome compartimental, reimplantação de extremidades amputadas; > Vasculites agudas de etiologia alérgica, medicamentosa ou por toxinas biológicas (aracnídeos, ofídios e insetos); > Queimaduras térmicas e elétricas; > Lesões refratárias: úlceras de pele, pés diabéticos, escaras de decúbito; úlceras por vasculites autoimunes; deiscências de suturas; Lesões por radiação; > Retalhos ou enxertos comprometidos ou de risco; > Osteomielites; > Anemia aguda, nos casos de impossibilidade de transfusão sanguínea.
Câmara hiperbárica e pé diabético
As sessões em câmara hiperbárica também podem contribuir com o tratamento de complicações do diabetes. Estudos científicos já indicaram que até 85% das amputações no pé diabético foram precedidas por úlceras que poderiam ter sido tratadas com a oxigenoterapia hiperbárica. Sem oxigênio, surgem as feridas de difícil cicatrização. Além de não fechar, elas acabam se infeccionando porque perdem as defesas contra as bactérias. Por isso o diabético tem dificuldade de cicatrização. A doença leva a uma falta de oxigenação crônica nos membros periféricos.
Uma vez na câmara, o paciente fica em repouso, respirando normalmente, enquanto oxigênio em grande quantidade vai se dissolvendo no sangue até chegar aos locais menos oxigenados. O oxigênio que penetra pelos pulmões por meio da respiração dilui-se no plasma sanguíneo e atinge tecidos com pouca irrigação e, por consequência, pobres em oxigênio.
“Com o auxílio desse oxigênio ofertado, as funções celulares e hormonais são reativadas, proporcionando um ambiente adequado para o combate a infecções e progressiva cicatrização das lesões”, destaca o médico do Centro Mineiro de Medicina Hiperbárica. “Mas a oxigenoterapia hiperbárica é um tratamento de associação, empregado juntamente com intervenções cirúrgicas, antibióticos, suporte nutricional e curativos”, alerta o especialista.

Pressurizada com ar comprimido ou oxigênio, a câmara hiperbárica costuma ter formato cilíndrico, em aço ou acrílico. Ela pode acomodar apenas um paciente, que respira sem máscara, ou várias pessoas, simultaneamente, que respiram por meio de máscaras apropriadas.
Fotos: Reprodução/ TV TEM




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