Apneia do sono na gravidez
- Amazon FisioCare - Media Content
- 22 de nov. de 2018
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Os estudos sobre apneia obstrutiva do sono em mulheres grávidas ainda são bastante inexatos. Porém, é sabido que o ronco, sintoma mais comum dos distúrbios respiratórios do sono, aumenta acentuadamente durante a gestação.
Fato é que a gravidez está associada a muitas alterações fisiológicas e hormonais, juntamente com mudanças na arquitetura do sono, colocando as mulheres grávidas em risco para o desenvolvimento de distúrbios respiratórios do sono ou agravamento da apneia do sono preexistente.
Segundo a fisioterapeuta e diretora técnica da Amazon FisioCare. Dra. Renata Megre Rachid, durante a gravidez existe um aumento na produção do hormônio relaxina, produzido pelos ovários e pela placenta, membrana que rodeia o feto e o revestimento do útero. O objetivo é tornar a musculatura do assoalho pélvico mais flácido, para facilitar a passagem do feto no momento do parto. “O problema é que este hormônio não é seletivo, ou seja, ele relaxa todos os músculos”, alerta a fisioterapeuta. Por isso o aumento do refluxo gastroesofágico em gestantes, por exemplo, causando episódios de azia etc.
Já em relação ao ronco e a apneia do sono, a Dra. Renata explica que o efeito está sobre a musculatura ao redor da orofaringe que, com a diminuição deste tônus muscular, aumenta o relaxamento das estruturas anatômicas desta região sobre a coluna aérea, aumentando assim, o ronco e os eventos de apneia.
O inchaço causado pela retenção de líquido, inclusive nas narinas, também atrapalha a respiração, diminuindo o espaço de entrada de ar. Isso causa ronco, e o barulho pode interferir no sono. Portanto, para minimizar esse inchaço o ideal é consumir bastante líquido, dosar o sal na alimentação e até mesmo conversar com seu médico sobre possíveis sessões de drenagem linfática, caso haja indicação.
Combinação de apneia com gravidez pode prejudicar o feto
Em artigo publicado no Journal of the American Board of Family Medicine, os Drs. Chakradhar Venkata, da Divisão Critical Care Medicine da Mayo Clinic (Rochester/USA), e Saiprakash B. Venkateshiah, da Divisão de Tratamento Pulmonar e Medicina do Sono do Centro Médico de Atlanta (USA), relatam que uma vez que episódios de apneia são comumente associados a dessaturações de oxihemoglobina, a combinação de apneia obstrutiva do sono e gravidez pode ser potencialmente prejudicial ao feto, devido às baixas reservas de oxigênio durante a gestação.
Segundo eles, a apneia obstrutiva do sono tem sido associada a um aumento do risco de hipertensão na população em geral, o que aumenta a possibilidade de sua associação com hipertensão gestacional e pré-eclâmpsia. A revisão clínica publicada pelos especialistas afirma que as alterações fisiológicas da gravidez podem predispor as gestantes ao desenvolvimento de apneia obstrutiva do sono e, consequentemente, aos seus efeitos.
Portanto, se você quer engravidar, é recomendável que você se preocupe em ter uma boa qualidade de sono. E se você já é portadora de apneia do sono e pretende engravidar, é fundamental seguir ainda mais à risca o tratamento com seu CPAP. No final, você e seu bebê agradecerão.

Fonte de pesquisa para produção do conteúdo: Journal of the American Board of Family Medicine




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