Setembro Amarelo – conscientização, prevenção e solidariedade dão uma chance à vida
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- 2 de set. de 2020
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Pode não parecer justo relacionar setembro a ações de combate e prevenção ao suicídio. Afinal, o mês da primavera costuma nos trazer o sentimento de renovação, alegria, enfim, de vida. Porém, era preciso um marco para lembrar a sociedade da importância de discutir o tema de forma mais ampla, a fim de evitar a tragédia de tirar a própria vida. Um triste acidente nos anos 90 deu luz à ideia de se criar uma campanha mundo afora.
POR QUE SETEMBRO AMARELO?
Tudo começou em 1994, nos Estados Unidos, quando um jovem americano de apenas 17 anos, chamado Mike Emme, suicidou-se em seu carro, um Mustang 68 hardtop restaurado por ele mesmo e pintado de amarelo. Durante o funeral, os pais e amigos de Mike começaram a distribuir fitas amarelas e mensagens de apoio a pessoas que estivessem enfrentando o mesmo desespero do filho, dando origem à campanha de prevenção ao suicídio Yellow Ribbon (fita amarela, em inglês). Depois disso, em 2003, a Organização Mundial da Saúde (OMS) designou o dia 10 de setembro como o Dia Mundial da Prevenção do Suicídio. O amarelo do Mustang de Mike foi a cor escolhida como símbolo da iniciativa.

O Mustang amarelo 1968 inspirou os idealizadores da campanha Setembro Amarelo
No Brasil, Setembro Amarelo é um esforço do Centro de Valorização da Vida (CVV), do Conselho Federal de Medicina (CFM) e da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) para discussão do tema, por meio de campanhas e ações, com vistas à crescente conscientização da população.

Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, iluminado em homenagem a Setembro Amarelo
Números oficiais indicam que a ocorrência vem aumentando muito entre os jovens, causando mais mortes que a AIDS e a maioria dos tipos de câncer. Cerca de 32 brasileiros tiram a própria vida todos os dias. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil está em oitavo dentre os países com maior índice de suicídios: Índia, China, Estados Unidos, Rússia, Japão, Coreia do Sul e Paquistão.
O suicídio é considerado um problema de saúde pública. Dados do Ministério da Saúde mostram que o índice de óbitos a cada 100 mil habitantes no Brasil aumentou muito em relação a 1997, quando foram registrados 6.923 casos, segundo o SIM do DataSUS, correspondentes a 4,34 mortes por 100 mil habitantes. Em 2017 (últimos dados disponíveis), o total de óbitos foi de 12.495 casos ou 6,02 suicídios por 100 mil habitantes.
A morte por lesões autoprovocadas intencionalmente é a segunda principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos, após os acidentes na estrada. Os métodos mais comuns aplicados têm sido enforcamento, envenenamento por pesticidas e armas de fogo. De 2007 a 2017, mais de 12 mil pessoas tentaram suicídio com agrotóxicos, resultando em 1.582 óbitos.
Já o índice mundial de suicídio caiu 9,8%, mas, mesmo assim, os números são alarmantes: a cada 40 segundos, uma pessoa tira a própria vida no planeta, totalizando cerca de 800 mil mortes por ano.
Veja na tabela abaixo os cinco estados primeiros colocados no ranking nacional de mortes por suicídio em 2017, bem como a porcentagem em relação ao total de 12.495 casos.

Fonte: SIM DataSUS
De acordo com a ABP, entre os principais males identificados por médicos em um potencial suicida estão a depressão, a esquizofrenia e o uso de drogas ilícitas – problemas tratáveis e evitáveis em 90% dos casos. Apesar da gravidade, a questão é complexa e só pode ser explicada por um conjunto de fatores, sociais e psíquicos.

MITOS SOBRE SUICÍDIO
> Suicidas querem apenas chamar a atenção. Falso. Toda ameaça de suicídio deve ser levada em consideração, pois a pessoa pode estar passando por problemas sérios.
> Suicidas não avisam que vão se matar. Falso. Muitos suicidas sinalizam diariamente seu sofrimento a outras pessoas, e nem sempre se matar é um ato impulsivo. Tem gente pensando nisso o tempo todo.
> Isso só acontece com os outros. Falso. Nunca se sabe o nível de sofrimento a que poderemos estar sujeitos um dia, independentemente de classe social ou situação financeira.
> Tentativa de suicídio só acontece uma vez. Falso. Tentativas repetidas podem indicar que um dia o suicídio poderá ocorrer.
Para conversar com alguém do Centro de Valorização da Vida, acesse https://www.cvv.org.br




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