Obesidade como fator de risco para a Apneia Obstrutiva do Sono (AOS)
- Amazon FisioCare

- 5 de ago. de 2021
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Prevenir e tratar a obesidade deixou de ser uma questão estética para tornar-se uma questão de saúde pública. Segundo dados do segundo volume da Pesquisa Nacional de Saúde, divulgada em 2020 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a proporção de obesos na população acima de 20 anos mais que dobrou no Brasil, entre 2003 e 2019, passando de 12,2% para 26,8%.
Ainda de acordo com o estudo, a população obesa no Brasil já ultrapassa os 60%, representando cerca de 96 milhões de pessoas com mais de 18 anos, entre mulheres (62,6%) e homens (57,5%).
Obesidade e Apneia do Sono
A prevalência de excesso de peso aumenta com a idade, causando doenças cardiovasculares, diabetes, entre outras. A obesidade é ainda o fator de risco mais importante para o desenvolvimento da Apneia Obstrutiva do Sono, seguido por fatores anatômicos e comportamentais, como o consumo de álcool, uso de medicações sedativas e o tabagismo.

A AOS é, aproximadamente, duas vezes mais comum em homens do que em mulheres abaixo dos 50 anos, porém, pode ter prevalência igual entre homens e mulheres quando em idade mais avançada. Tem origem multifatorial e pode variar quanto a sua gravidade, entre leve, moderada e acentuada/grave.
Além da AOS, a obesidade pode levar ao desenvolvimento da Síndrome da Hipoventilação da Obesidade (SHO). O quadro é caracterizado por excesso de peso e aumento da concentração sanguínea do gás carbônico (CO2) durante a vigília (acordado). Esta sobreposição pode ser fator de risco para doenças cardiovasculares, respiratórias, metabólicas, oncológicas e relacionadas à saúde e bem-estar mentais.
Não há dados de prevalência de SHO na população geral, porém, ela está presente em cerca de 10 a 15% dos pacientes com AOS, chegando a cerca de 20% no grupo de indivíduos com AOS e obesidade grau III (com IMC >40kg/m²).
A manutenção da boa saúde mental e do sono, aliada a uma alimentação saudável e à prática de atividade física regular, contribuem com a prevenção de muitas doenças. Porém, a atenção multiprofissional a esses indivíduos é fundamental para que se alcance o sucesso no tratamento.
Renata Megre Rachid
Fisioterapeuta - CREFITO: 87.122.1-F
Capacitação em Medicina do Sono
Diretora Técnica da Amazon FisioCare
Pós-Graduação em Terapia Intensiva
Fontes de referência:
- Atlas Clínico de Medicina do Sono / Meir H. Kryger, Alon Y. Avidan, Richard B. Berry – 2015. Ed. – Rio de Janeiro: Elsevier, 2015.
- Manual do residente: medicina do sono/editores Fernanda Louise Martinho Haddad, Luis Carlos Gregório.- Barueri, SP: Manoele 2017.




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