Durma bem, respire bem, envelheça bem
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- 25 de set. de 2018
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Apesar da Apneia Obstrutiva do Sono (AOS) estar entre os Distúrbios Respiratórios do Sono (DRS) mais comuns, ela tem sido relacionada à demência, incluindo a doença de Alzheimer. É o que revela um estudo feito por pesquisadores do Departamento de Neurologia da Escola de Medicina da Universidade de Washington (USA), com um pequeno grupo de mulheres idosas. Os resultados da pesquisa, publicados na revista Science Translational Medicine, mostraram que esses distúrbios aumentaram potencialmente o risco de declínio cognitivo nessas pacientes.
Os cientistas analisaram três grupos de pessoas: aqueles com DRS auto relatados, os que não relataram e aqueles com distúrbios respiratórios auto relatados que realizaram o tratamento com pressão positiva nas vias aéreas (utilizando equipamentos como o CPAP, por exemplo). A análise foi realizada três vezes, com critérios de entrada cada vez mais rigorosos. O comprometimento cognitivo foi muito mais precoce naqueles pacientes com DRS (de 11 a 12 anos mais cedo) do que naqueles sem DRS. Em uma análise mais rigorosa, no grupo com distúrbios respiratórios do sono o início do Alzheimer se apresentou cinco anos mais cedo que nos outros grupos.

O estudo não registrou qualquer contribuição dos Distúrbios Respiratórios do Sono para risco de demência em idade mais jovem, mas aqueles com DRS que realizaram tratamento com CPAP mostraram um atraso de 10 anos no início do comprometimento cognitivo leve, em comparação àqueles com DRS que não receberam tratamento. Isto sugeriu que o tratamento com CPAP pode neutralizar o risco de desenvolver declínio cognitivo e Alzheimer.
Um pouco mais sobre os resultados
As alterações cerebrais observadas na doença de Alzheimer, tais como o acúmulo de placas amilóides, estão presentes anos antes de qualquer sintoma surgir. Os dados da pesquisa sugerem que os DRS aceleram a formação dessas placas, provocando uma alteração cerebral direcionada para o comprometimento cognitivo leve e, em alguns casos, para a doença propriamente dita.

O mais importante é que estes são os primeiros dados que sugerem que o tratamento com CPAP poderia “resgatar” o grupo de pessoas com distúrbios respiratórios do sono do declínio cognitivo precoce. Por ter levado em conta apenas auto relatos e uso de PAP, a pesquisa foi considerada limitada e com escassez de dados (69% dos potenciais participantes foram excluídos até mesmo da análise mais básica). Mesmo assim, o estudo fornece evidências clinicamente úteis para apoiar o tratamento por Pressão Positiva das Vias Aéreas para Distúrbios Respiratórios do Sono, especificamente para reduzir o risco de declínio cognitivo.
Fonte de pesquisa: Science Translational Medicine | American Association for the Advancement of Science
Tradução e adaptação de conteúdo: Claudia M Rachid




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