Trabalho noturno pode afetar seu sono, aponta pesquisa

Um dos resultados da mais recente pesquisa da Philips encomendada por ocasião do Dia Mundial do Sono revelou que 22% dos entrevistados diziam sofrer de distúrbios do sono – como insônia e apneia – decorrentes do turno de trabalho.

As regras para quem trabalha à noite são diferentes daquelas aplicadas a quem atua durante o dia. A Confederação das Leis do Trabalho (CLT) determina que a jornada noturna é aquela realizada entre 22h e 5h, com exceções para os trabalhadores rurais (de 21h às 5h) e funcionários de portos (de 19h às 7h).

O problema é que se você é um trabalhador noturno, mesmo descansando durante o dia você dorme menos e pior. Os vários motivos são apontados pela bióloga Érica Lui Reinhardt, em seu trabalho de doutorado pela Faculdade de Saúde Pública (FSP) da Universidade de São Paulo (USP).

Ela explica que devido à exposição à luz durante a noite, o organismo destes trabalhadores diariamente secreta menos o hormônio melatonina, que, entre outras funções, possui a de controlar o ritmo do sono. Ou seja, a mudança na quantidade de melatonina no organismo também altera o “relógio biológico”, que sinaliza a hora de dormir.

Quanto mais escuro e calmo um ambiente, mais melatonina tende a ser secretada e com mais sono a pessoa fica. Segundo a bióloga, eles poderiam dormir 7, 8 horas, mas acabam acordando antes porque o organismo deles diz ‘não é para vocês estarem dormindo’. Então eles dormem menos e a qualidade deste sono provavelmente também é pior. Além disso, a secreção de cortisol (hormônio que nos prepara para situações de estresse) nesses trabalhadores, por sua vez, também perde seu ritmo natural, podendo prejudicar esta função.

Para solucionar ou minimizar os efeitos deste problema, Érika sugere que, se possível, o trabalhador de turnos trabalhe dois dias pela manhã, dois dias à tarde e dois dias à noite, depois ter dois dias de folga.

Fonte de pesquisa: Agência USP de Notícias